Shadowhunters

27 de janeiro de 2016

Nos tempos áureos da minha adolescência Instrumentos Mortais foi de longe uma das minhas séries literárias preferidas. Depois do fracasso do filme, admito que não coloquei muita fé quando foi anunciado que os livros seriam adaptados para uma série de tv, mas quando saiu o primeiro episódio na Netflix corri para assistir e em três episódios já não aguento mais.
Com atuações medíocres para terríveis, uma direção péssima, efeitos ruins, roteiro sem sal e falas que não cabem na boca dos personagens o primeiro episódio é bem fraco, mas resolvi continuar com a inocente ideia de que seria apenas o problema do primeiro episódio de ter que vomitar informações na cara do público para apresentar o universo e os personagens, mas infelizmente os outros episódios continuam no mesmo nível.
Sabendo que é quase sempre impossível fazer uma adaptação 100% fiel aos livros, não me incomodo quando certos aspectos são alterados, mas uma das coisas importantes da boa adaptação é que o personagem em si, seus ideais, suas motivações e seu arco na história não sejam alterados. De personagens que não existiam nos livros e não acrescentam nada na série, a personagens que agem de forma totalmente contraria a sua personalidade, Shadowhunters peca terrivelmente na adaptação.
De todas as atuações Katherine McNamara é a que mais destoa, assim não convencendo um segundo em seu no personagem, Dominic Sherwood também não consegue passar toda intensidade de Jace e juntos os dois não parecem não ter química nenhuma, portanto não convencem ninguém quanto a atração que motiva os personagens.
A atuação de Alberto Rosende como Simon não é ruim, mas um dos principais pontos de Simon é ser o alivio cômico, mas o humor não funciona uma vez se quer nos três primeiros episódios lançados até agora.
Matthew Daddario que de todo o elenco é o único que não incomoda, que não dá aquela vontade de avançar a cena de tanta vergonha alheia.
Emeraude Toubia interpreta Izzy e é perfeitamente bem caracterizada, mas um dos grandes problemas é que sua personagem é hiper sexualizada que chega a incomodar, todo mundo sabe que Izzy é sexy como o inferno, mas na série chega a algumas vezes ser até vulgar. Sexualização essa que foi uma das coisas mais me incomodou até agora, as atrizes não precisam andar como se estivessem em uma passarela e muito menos falar miando. Em pleno 2016 e com todo o empoderamento feminino que vemos representados nos filmes, desde Katniss (Jogos Vorazes) a Rey (Star Wars) era de se esperar que a série não apelasse tanto.
Assim, fica o sentimento de que a série só vai agradar mesmo os fãs dos livros, já que se alguém quer uma fantasia sobrenatural com demônios, Supernatural está aí fazendo isso a 11 anos, sim são séries completamente diferentes, mas em termos de qualidade Shadowhunters decepciona tanto que duvido que segure audiência.

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